Consumo no mercado livre cresce em 2020, aponta CCEE

23 de março de 2021

Segundo a associação, o resultado foi impactado pela migração dos consumidores entre os ambientes de contratação

A CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), operadora do setor brasileiro de energia elétrica, divulgou que houve um aumento do consumo de 2,8% no mercado livre em 2020.

Segundo a operadora, o resultado foi impactado pela migração dos consumidores entre os ambientes de contratação, que contou com a adição de 1.522 agentes e 5.239 unidades consumidoras no ano passado.

Para Pedro Dante, advogado especialista do setor de energia do escritório Lefosse, fechar um contrato no ACL (Ambiente de Contratação Livre) está sendo muito atrativo para os consumidores.

“Essa oportunidade no mercado livre vem com o impacto no preço da tarifa. Como tivemos uma redução na demanda, está sobrando energia pela retratação da indústria por conta da Covid-19. Quando o consumidor vai para o ACL, ele tem uma previsibilidade. Portanto, a realidade econômica está impulsionando as empresas a procurarem parceiros nesse ambiente”, destacou o advogado.

CCEE cresce 19% em 2020

A CCEE teve um aumento de 19% no número de associados em 2020, somando 10.734 agentes. O crescimento foi impulsionado pela nova onda migratória de consumidores para o mercado livre, que alcançou a segunda maior marca da história.

No total, foram 1.732 migrações de consumidores do ACL (Ambiente de Contratação Regulado) no ano, somando 1.618 especiais e 114 livres. Isso levou a uma expansão de 23% no número de especiais, que já são 7.556. O volume de consumidores livres, por sua vez, teve alta de 11%, chegando a 1.023.

“Houve adesão de 66 novas comercializadoras, totalizando 397, 16% a mais que em 2019, e 155 produtores independentes de energia, um crescimento de 14,8%, elevando o número total para 1.590. Também foram registrados seis autoprodutores, que agora somam 78, e um gerador a título de serviço público”, apontou a Câmara.

A CCEE fechou 2020 com 26 comercializadores varejistas habilitados para atuação. Outras 32 solicitações estão sob análise. Traçando uma perspectiva futura, a associação espera que em 2021 os números continuem em expansão.

Consumo de energia elétrica cai em 2020

Devido ao impacto do coronavírus na economia, o consumo de energia elétrica foi 1,5% menor no período em relação ao ano de 2019, apontou a associação.

O levantamento por região apontou os estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro como os mais impactados pelo recuo. Os três registraram quedas próximas de 5% na comparação com 2019.

Já os estados do Pará, do Mato Grosso e do Amazonas lideram a lista de maiores altas, com crescimento de 6%, 5% e 3%, respectivamente.

“Nos últimos quatro a cinco meses, houve uma rápida recuperação, principalmente nos setores de grande consumo. Ainda assim, abril, maio e o início de junho foram muito ruins em termos de consumo nos setores de produção, bens e serviços”, disse Rui Altieri, presidente do Conselho de Administração da CCEE.

“Nessa época acreditávamos que ficaríamos de 5% a 6% abaixo de 2019. Dadas as circunstâncias, uma redução de 1,5% é um dado animador”, ressaltou.

Geração

Com relação ao comportamento da geração, houve uma redução de 1,6% no SIN (Sistema Interligado Nacional), passando de uma produção de 64.637,5 MW médios em 2019 para 63.596,8 MW médios em 2020.

Entre as fontes, foi observada uma redução na comparação entre o ano passado com 2019 por parte das térmicas, de -7,1%, e das hidrelétricas de – 0,9%.

Por outro lado, as eólicas apresentaram uma alta de 1,5% e as usinas solares registraram uma expansão de 19,3%. Segundo a CCEE, o resultado de ambas se explica por questões climáticas e pela ampliação nos parques produtores.

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